Alagoas e Pernambuco reviveram no final de semana a tragédia causada pelas cheias de rios que historicamente inundam municípios e desabrigam pessoas.

A situação poderia ter sido amenizada com 13 barragens anunciadas em 2011, após uma enchente atingir áreas já devastadas no ano anterior. Na época, projetaram-se cinco estruturas em Pernambuco e outras oito em Alagoas. Porém, passados 12 anos, só uma foi entregue.

Nós vamos iniciar esse programa sistemático de olhar para as regiões onde há inundações e deslizamento de morro e oferecer os recursos necessários através do PAC. Serão de fato 11 bilhões que nós destinaremos para essas obras.


Dilma, em 30 de agosto de 2011, em discurso em Cupira ao autorizar obras de barragens em PE

Como estão as barragens hoje

Doze anos depois, só uma barragem está pronta. Outras quatro estão com obras paradas há quase uma década, e nas demais a construção nem sequer foi iniciada.

Para Pernambuco foram liberadas a construção de cinco barragens, mas apenas uma foi entregue. Essas estruturas foram projetadas ao longo das bacias dos rios Úna e Sirinhaém.

As outras quatro barragens estão abandonadas. As obras foram paralisadas entre 2014 e 2015 por falta de verba.

Em Alagoas a situação é pior: foi feito apenas o projeto executivo de construção de oito barragens ao longo dos rios Paraíba e Mundaú, mas as obras nunca começaram.

Os estragos da chuva

Até ontem ainda havia 10 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas nos dois estados. Em Alagoas, 31 municípios decretaram emergência; em Pernambuco, 15.

Alagoas e Pernambuco foram atingidas pela maior cheia do século em 2010, com a destruição de 29,7 mil casas e 47 mortos. Foi depois dessa tragédia que prefeitos e governadores cobraram obras de contenção aos rios.

Não queremos só ajuda humanitária e emergencial. É claro que neste momento crítico essa ajuda é fundamental, mas queremos auxílio para resolver o problema definitivamente. Essa é a terceira enchente que enfrento como prefeito de Pilar e não podemos continuar, ano a ano, apenas remediando os danos.Renato Filho (MDB), prefeito de Pilar (AL)

Pilar (AL), às margens da lagoa Mundaú, sofre com a cheia
Pilar (AL), às margens da lagoa Mundaú, sofre com a cheiaImagem: Prefeitura de Pilar

Alagoas sem as barragens

Durante os anos de 2011 e 2013, o Ministério da Integração Nacional custeou um projeto executivo de R$ 9,4 milhões (R$ 20 milhões em valores atuais) para prevenção de cheias no estado.

A ideia era fazer quatro barragens em cada um dos rios, segundo o engenheiro responsável pelo projeto, Wellington Lou.