Viúva de Marielle Franco, a vereadora Monica Benício (Psol) utilizou a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em dezembro de 2023, para criticar a decisão do prefeito Eduardo Paes (PSD) de nomear o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) como secretário municipal de Ação Comunitária. O parlamentar foi apontado pela Polícia Federal como mandante do assassinato de Marielle e preso neste domingo (24).
No episódio em questão, relembrado pelo jornal Folha de S.Paulo, Monica Benício disse ficar com “náusea” ao falar da nomeação de Brazão, já que na mesma semana a PF havia começado a investigar o deputado por suposto envolvimento no homicídio da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Após criticar Chiquinho Brazão, a viúva de Marielle se envolveu em uma discussão com um vereador aliado do deputado, Waldir Brazão (sem partido), que adotou o sobrenome para seguir carreira política, mas na verdade se chama Waldir Rodrigues Moreira Junior. O parlamentar disse na ocasião que falar da morte da esposa era a “única pauta” de Monica.
"O [ex-deputado Marcelo] Freixo prendeu um monte de gente na CPI das Milícias e a gente passou batido, como vem passando batido em tudo. A menos quando querem se aproveitar do nome que a gente tem. Do que a gente construiu. Toda vez que ela fizer isso, eu vou responder. Cada vez num grau maior", afirmou o vereador.
Em resposta, Monica lamentou a fala do companheiro da Câmara. “Sinto muito que o senhor tenha sido pressionado a vir ao microfone fazer esse tipo de fala. [...] Quem disse da possibilidade do envolvimento da família Brazão foi a Polícia Federal. Não fui eu. O final do processo está chegando. E aí os nervosos podem ficar mais nervosos ainda, porque é uma questão de tempo. [...] A execução dela irá transformar a política e o submundo do Rio de Janeiro quando a revelação dos nomes dos mandantes e todos os envolvidos chegarem ao conhecimento público".
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